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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Childhood Brasil e Atlantica Hotels apoiam 3 organizações no Norte do país


Como transformar a avaliação de um programa de ações numa tarefa emancipadora — encarando os principais desafios como potencialidades a serem desveladas — ao invés de ser sobrepujado pelos gargalos e dificuldades, evidenciando fragilidades? Como construir uma metodologia avaliativa que traga resultados que possam ser percebidos na prática, no dia a dia? Questões como essas foram desenvolvidas na oficina de indicadores e integração de organizações que trabalham pela proteção da infância e adolescência contra diferentes violações de direitos, promovida pela Childhood Brasil em Manaus entre os dias 30 de janeiro e 1º de fevereiro.

A oficina representou o primeiro encontro de integração com três ONGs do Amazonas e do Pará. A ocasião reuniu profissionais das organizações selecionadas pelo edital lançado em 2011 por meio de parceria entre a Childhood Brasil e a rede hoteleira Atlantica Hotels, que visava ampliar o número de ações contra a exploração sexual de crianças e adolescentes nos Estados do Pará e Amazonas. As ONGs Instituto de Ação Social Vida e Saúde do Amazonas — IASVISAM, Associação para o Desenvolvimento Integrado e Sustentável — ADEIS (ambas manauaras) e Movimento República de Emaús – MRE (de Belém) concorreram com outros 19 projetos e receberam recursos.

A oficina foi facilitada pelo FICAS — organização social sem fins lucrativos que desenvolve ações relacionadas à gestão do terceiro setor. Segundo o coordenador da área de avaliação e aprendizagem da FICAS, Franklin Felix, é importante que monitoramento das ações seja rigoroso, para que o resultado da avaliação seja o mais fiel possível à realidade, possibilitando ao coordenador uma visão ampla e integrada de todos os processos.

“A avaliação deve acompanhar todas as etapas de execução do programa. Os dados oferecidos por este controle devem ser percebidos na prática, para fornecer uma análise da relação de sua ONG com a comunidade, da qualidade de seu atendimento”, ressalta.

Para que o monitoramento se torne uma ferramenta na busca de ONGs por um impacto mais amplo e efetivo de suas ações, Franklin pontua que sua utilização também requer uma atitude pró-ativa. “A avaliação não deve servir para reprovar, como se fosse uma prova; sua função é levar o gestor a pensar: ‘O que vou fazer com esses dados?' ‘Como posso melhorar meu trabalho?'”.

Dados dos Estados

A clareza dos objetivos e a eficiência do impacto de ações de prevenção, conscientização e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes são indispensáveis. De acordo com dados divulgados em novembro último pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve um aumento de 105,6% em casos de violência sexual no Amazonas entre 2009 e 2010, de 694 para 1.427 ocorrências. Os dados relativos a Manaus são ainda mais preocupantes: em 2011, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, 616 casos de violência sexual aconteceram entre janeiro e agosto — em 45% deles, as vítimas eram crianças de zero a 11 anos. No Pará, levantamento da Assembleia Legislativa afirma que foram registrados 27.317 casos de violência sexual desde 2006 — a estimativa é que esse número pode alcançar os 100 mil casos, já que para cada ocorrência notificada há três ou quatro não notificadas.

ONGs e empresas no enfrentamento à violência sexual

A parceria da Atlantica Hotels e da Childhood Brasil contabiliza sete anos. Num esforço intersetorial, a empresa não só apoia iniciativas de enfrentamento e prevenção à violação dos direitos da infância, como também utiliza seu poder de mobilização para levantar fundos que viabilizem a execução do planejamento da ONG. Ao organizar coquetéis, festas beneficentes e outras ações específicas alinhadas à sua estratégia de negócios, a Atlantica Hotels já arrecadou R$ 2,5 milhões às iniciativas da Childhood Brasil para promoção do turismo sustentável e proteção de crianças e adolescentes contra a exploração sexual. Hoje, a Atlantica Hotels administra cinco hotéis em Amazonas e Pará.

Os projetos das ONGs selecionadas no edital serão acompanhados pela equipe técnica da Childhood Brasil, em parceria com representantes da rede hoteleira, por meio da análise de relatórios trimestrais técnicos e financeiros e de visitas de campo. No último trimestre deverá ser entregue um relatório final de avaliação do projeto junto com indicadores dos resultados obtidos. Conheça os detalhes dos projetos contemplados:

O “Projeto Combate e Prevenção da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes Amazonidas” foi concebido pela IASVISAM, Instituição que realizou mais de 2 mil atendimentos em 2011. Seu objetivo é atender mais de 300 famílias nos bairros Jorge Teixeira e João Paulo, zona Leste. O recurso financeiro será utilizado na construção de uma sala interativa — ambiente cuja função é deixar a criança à vontade para relatar qualquer tipo de violência sexual. Eventualmente, também será usado para promover palestras educativas em escolas públicas sobre o tema.

O “Projeto Mobiliza: uma estratégia de prevenção à violência sexual contra crianças e adolescentes nas comunidades”, elaborado pela ADEIS, promoverá a informação e a mobilização comunitária para o enfrentamento desse tipo de problema. Beneficiará 70 adolescentes, de 14 a 18 anos, do bairro Grande Vitória, zona leste manauara.

Por último, o projeto “Jepiara em cena”, que será executado o Movimento República de Emaús, tem o objetivo de promover o enfrentamento da violência sexual na região metropolitana de Belém, por meio de mediação teatral dentro das escolas públicas.

Para Arílson Freitas, que integra o grupo de trabalho da Atlantica Hotels, o envolvimento de funcionários com o tema e o comprometimento com o enfrentamento à exploração sexual — no que tange às empresas — são as armas mais poderosas para empreender ações impactantes. “Chegamos a conhecer filhos de camareiras que eram vítimas de violência sexual”, conta. “Começa sempre pequeno, com uma sementinha. Depois você busca desenvolver materiais de divulgação e partir para o envolvimento de toda sua cadeia de fornecedores, até conseguir articulações com a estrutura governamental de enfrentamento.”

http://www.namaocerta.org.br/bol_10102.php

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