Em algumas áreas de extrema pobreza em Manaus, meninas acabam sendo vítimas de exploração sexual em troca de uma passagem de ônibus. Este é um exemplo da realidade observada pela coordenadora do Instituto de Ação Social Vida e Saúde do Amazonas (IASVISAM), Rakesia Pantoja. Atuar na proteção de crianças e adolescentes contra a violência sexual é o objetivo do projeto Amazonidas da instituição, com ações localizadas principalmente na zona leste de Manaus. Hoje um dos seus trabalhos para evitar este problema é sensibilizar taxistas e motoristas de transporte coletivo, além de trabalhar com famílias em situação de vulnerabilidade e risco social com histórico de exploração sexual em Manaus.
Este é um dos três projetos apoiados pela Childhood Brasil em parceria com a Atlântica Hotels International, para combater e prevenir a violência sexual de crianças e adolescentes na região Norte.
As outras duas instituições são: a Associação para o Desenvolvimento Integrado e Sustentável (ADEIS), com ações em Manaus e Manacapuru e o Movimento República de Emaús – MRE , de Belém do Pará.
Meninas do grupo Jepiara em Cena, de Belém do Pará
Para realizar o projeto Amazonidas, o primeiro passo foi mapear os pontos mais críticos da exploração sexual. “Estamos promovemos a conscientização nas escolas e igrejas, explicando como combater e denunciar o problema”, disse Rakesia. Também foram promovidas reuniões com educadores, líderes religiosos e parcerias com conselhos tutelares e delegacias do município. Em cinco escolas, entre as atividades esportivas e culturais oferecidas aos sábados, estão sendo realizados seminários com professores e pais.
Já a ADEIS trabalha na zona sul de Manaus e em Manacapuru, que fica ao sul no município. Nem a maior enchente dos últimos anos na região foi capaz de deter o projeto Mobiliza. As oficinas lúdicas de formação, para chamar a atenção dos alunos de 14 a 18 anos, estão sendo oferecidas em escolas que não foram tomadas pela Defesa Civil para funcionar como abrigo (uma em Manacapuru e duas em Manaus). “Temos que trabalhar desde já a prevenção, porque com a chegada da Copa do Mundo, as crianças e adolescentes estarão mais vulneráveis”, afirmou a coordenadora da ADEIS, Luceny Freire.
A estratégia de prevenção envolve também a mobilização comunitária na capital Manaus, envolvendo campanhas com panfletos e carros de som, além do atendimento domiciliar, onde explicam aos pais a importância de falar sobre a temática. “De forma geral, as famílias nos recebem bem, mas ainda temos dificuldade com algumas pessoas muito religiosas que não deixam o filho participar, estamos pensando estratégias para resolver isso”, diz Luceny. A coordenadora frisa que o apoio da Childhood Brasil e da Atlântica têm sido muito importante para o fortalecimento da rede de proteção da região.
Projeto do IASVISAM é apresentado em escola de Manaus
Em Belém, no Pará, o teatro é a estratégia usada para chamar atenção e informar sobre a questão do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O projeto Jepiara em Cena, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente − CEDECA Emaús, leva informação ao público por meio de um grupo teatral, formado por 22 meninas na faixa de 12 a 17 anos, muitas delas vítimas de violência. Elas participam de todo o espetáculo, desde a elaboração do texto até a representação no palco. “Informamos como agir e denunciar de uma forma acessível para a idade”, afirma a coordenadora do CEDECA, Celina Bentes. A peça é representada para alunos de escolas públicas da região.
Parceria com rede hoteleira
Equipes da ADEIS, Childhood Brasil e Atlantica no lançamento do Projeto Mobiliza
As três instituições do Amazonas e do Pará foram selecionadas entre 22 projetos inscritos em edital promovido pela Childhood Brasil e Atlântica Hotels em 2011, com o objetivo de ampliar o número de ações de proteção de crianças e adolescentes na região Norte. No local, há cinco hotéis administrados pela rede.
Desde 2005, a maior administradora de hotéis de capital privado da América do Sul, e a Childhood Brasil são parceiras na promoção do turismo sustentável e na proteção de crianças e adolescentes contra a exploração sexual. Campanhas de conscientização são realizadas com colaboradores, hóspedes, investidores e fornecedores da rede hoteleira, que até 2011 arrecadou mais de R$ 2,5 milhões para projetos da organização.
http://www.namaocerta.org.br/bol_10102.php
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